![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja3TgZZXBuEm91pNdrjK6eOdYg-mKpjsIvgN1M4GwcMrw6EmB_rRnilCz3hlyEZAkAztAiY6PYmtYE55oV42iF5CGIYJD5M9ZvQWhSe3wmqKPifvXieUZfth3c8nZ6rBbfUAUT40nCgGA/s200/alimentos+transitorios.jpg)
Como bem salienta a decisão, são basicamente três as alternativas fáticas que sempre se apresentam ao julgador: na primeira, o necessitado combina idade avançada com deficiência ou desatualização na formação educacional, enfrentando dificuldade inconteste de, a esta altura da vida, reinserir-se no mercado de trabalho; na segunda, ainda jovem e com formação profissional compatibilíssima à imediata reinserção; na terceira – e que merece cautelosa e irreparável ATENÇÃO, a hipótese de idade compatível mas necessidade de algum tempo de readaptação para colocação profissional digna no mercado de trabalho, quando o necessitado se atualizará, buscará apoio, novas áreas ou opções. Ocorre que não raro os magistrados confundem conceito de aptidão com idade ou estado de saúde, olvidando-se por completo que não basta que alguém simplesmente “possa” trabalhar para que o faça “amanhã”, rápida e tranqüilamente.
No entanto, ressalto que a análise da fixação da pensão entre ex-cônjuges resta ainda muito atrelada à análise da culpa. Prevalece o entendimento de que o cônjuge “culpado” (aquele que desrespeitou os deveres conjugais como, por exemplo, traindo) somente tem direito (tanto na esfera transitória quando na definitiva) aos alimentos indispensáveis a seu sustento, sem qualquer plus de auxílio. Louváveis doutrinadores seguem na longa jornada pelo aniquilação da análise da culpa pelo término e de suas conseqüências, já que extremamente subjetiva e dissociada da realidade conjugal uma análise deste cunho, uma vez que a mais pura intimidade da vida a dois jamais será passível de apuração por magistrados e, assim, não passível de conseqüências de tal advindas.
Razoabilíssima a fixação de pensionamento “transitório”, que, como diz o nome, tem o condão de, provisoriamente, auxiliar o ex-parceiro a recolocar-se em situação laboral ativa, com período pré-estabelecido, para que enfim possa andar com suas próprias pernas e auferir o que consiga por seus esforços e merecimentos próprios, saindo da sombra daquele de que não mais quer depender.
Adorei a reflexão, Cris! Muito inteligente e ponderada, mesmo!
ResponderExcluirE concordo contigo. De fato, nós operadores do direito muitas vezes nos deixamos levar pelo "emocional", tentando encontrar um culpado. No entanto, se fomos pensar de maneira mais racional, essa situação já existe e, por isso, para resolvê-la de uma forma eficaz e justa, é necessário encontrarmos medidas que evitem a ocorrência de ainda mais danos às partes, que já estão numa situação de sofrimento.
Parabéns, querida! Estou adorando este blog!!!